sábado, 23 de maio de 2009

Mata-mata?


O acontecimento mais comentado do momento é a reunião de pilotos no Velopark, tentando formar uma associação para fomentar a arrancada, que já foi comentada no post anterior.

E como foi comentado também no post anterior, o resultado desse encontro foi muito decepcionante, em função dos pilotos quererem fomentar apenas a si próprios. Mas é lógico que nem tudo naquela reunião foi inútil. E mesmo que com o pé esquerdo, se deu um primeiro passo para abrir as discussões realmente importantes para a arrancada.

O tema principal foi o mata-mata, ou corrida com eliminatórias, na qual o piloto precisa alinhar contra um adversário e vencer a puxada, independentemente do seu desempenho até aquele momento dentro da competição. É mais ou menos como a Copa do Brasil, onde os times vão se enfrentando e o vencedor elimina o perdedor para poder seguir adiante na competição.

Esse é o sistema que o Velopark adotou e teve a coragem de manter, por acreditar ser o único caminho para o crescimento do esporte. Mas o Velopark não foi o único a pensar dessa forma no início da temporada de 2009. Antes do começo das provas, os principais organizadores se reuniram para criar um regulamento unificado, inclusive determinando que todas os organizadores deveriam adotar o sistema de mata-mata.

Entretanto essa inciativa também já nasceu furada, pois os dois principais organizadores, de Curitiba e Piracicaba roeram a corda logo no início. Aconteceram também reuniões de pilotos em outros estados, que pressionaram os organizadores a desistir do sistema de eliminatórias, mantendo o sistema antigo. E eles cederam.

É interessante, para que o leitor compreenda, que expliquemos como funciona o sistema convencional adotado pelos outros organizadores: Cada piloto tem um número predeterminado de passadas para dar na pista. Cada passada é encarada como uma oportunidade de melhorar seu tempo. Ao final da competição, que pode durar dois dias, o piloto que tiver conseguido o tempo mais baixo em qualquer uma das puxadas, independentemente do dia, sai vencedor.

Essa metodologia tem diversas consequências danosas ao esporte e ao espetáculo: É possível que uma equipe vá para a pista e faça um bom tempo no sábado, quebre o carro logo na primeira passada e mesmo assim saia vencedora da competição se nenhum carro conseguir baixar esse tempo. Nada pode ser mais confuso para um espectador que veio assistir a prova no domingo, do que ao final do dia ver no alto do pódio um piloto que nem estava participando da competição naquele dia.

Ao valorizar apenas a puxada mais rápida, qualquer tentativa de arrancada que não sair perfeita logo do início em geral é abortada, pois representa apenas desgaste ao equipamento e não terá nenhum valor, mesmo se ficar apenas um centésimo de segundo acima do melhor tempo do piloto até aquele momento.

O piloto que percebe que seu tempo é de alguma forma imbatível, seja por causa da baixa qualidade dos oponentes, pela ausência de oponentes ou mesmo pela mudança das condições atmosféricas (chuva por exemplo), sabe automaticamente que tem a vitória no bolso e não precisa mais acelerar e arriscar a quebra de seu equipamento (que é propenso a quebras em função do próprio sistema que só valoriza a velocidade e não a constância) e muitas vezes nem sequer volta para a pista.

Mas talvez o pior dos problemas seja que com esse sistema só é preciso uma pista! Afinal, mesmo com os carros arrancando lado a lado, a corrida em si é apenas figuração, pois chegar na frente na puxada não tem valor algum, só o que vale é o melhor tempo.

É como abolir a corrida principal e dar a vitória para o melhor do treino classificatório. Mas se não há corrida, o que o espectador vai pagar para assistir? É um sistema que só tem apelo para aqueles que estão envolvidos nele a tal ponto, que deixaram de enxergar o espetáculo extremamente entediante que estão protagonizando para aqueles que vieram assistir uma corrida de carros.

Todos esses elementos juntos resultam em competições onde simplesmente não há o que assistir, exceto carros acelerando sozinhos como loucos. Não existe disputa, não existe vitória, não existe derrota. Se der errado, volta-se para o box e se espera a vez para mais uma tentativa de quebrar o recorde.

O piloto da categoria FLD, Luciano Nichetti, defendeu esse sistema alegando que essa é a dinâmica do esporte. Respeito muito esse piloto, seus resultados e também suas opiniões, mas infelizmente não posso concordar com essa. A dinâmica a que ele se refere, é a DESSE TIPO de arrancada, que como disse acertadamente na reunião Jhonny Bonilla, só existe no Brasil. A dinâmica da arrancada nada tem a ver com regulamentos ou categorias. A verdadeira dinâmica da arrancada é originária da pura e simples disputa entre dois carros em um determinado trecho de pista, muito antes mesmo de sequer ser inventado o sistema de cronometragem. A dinâmica da arrancada é: Dois carros arrancam, um vence e um perde.

Pura e simplesmente. Todo o resto são apenas convenções, aceitas por uns e recusadas por outros.

Porém, a implantação do mata-mata nas provas também não resultou em uma competição emocionante. Os pilotos fazem muitas alegações vazias, apenas no afã de manter o sistema com o qual estão acostumados, mas eventualmente eles fazem observações válidas. Uma delas, é que em caso de um rendimento inferior do adversário, o piloto percebe a falha e não precisa mais acelerar, protagonizando assim os dois, uma arrancada sem emoção. Percebem também corretamente, que ocorrem muitas quebras, queimas e falhas, e que com o pequeno número de carros em cada categoria, a competição pode muito bem acabar antes mesmo de começar, devido a esses percalços dos pilotos e das equipes.

E culpam o mata-mata por isso. Contudo, sejamos sinceros: Não seria isso culpa mais uma vez, dos próprios pilotos e preparadores?

Quem aí já assistiu uma partida de boliche profissional? Bem, para quem não sabe, bons jogadores não ficam felizes quando fazem um strike. É a obrigação deles fazer vários em sequência e aquele que primeiro perder a concentração ou o controle dos nervos vai perder um pino. E seu adversário não vai. Aí é que ele perde.

Então pilotos e preparadores constróem carros incapazes de dar 4 ou 5 puxadas em sequência sem uma quebra, os famosos carros-bomba. E aí por conta de suas próprias incapacidades, culpam o sistema? Me disseram esses dias que eu com a "minha mentalidade", queria transformar a arrancada em endurance...

Endurance...

Endurance?! Por favor!

Cinco passadas de 402 metros sem quebras agora é algum tipo de recorde de resistência? Já há vinte e cinco anos atrás os carros de fórmula 1 utilizavam motores de 1500 cc, turbocomprimidos com mais de 1000 cv, 4,5 bar de pressão e com esses motores faziam uma corrida inteira com o pé na lata! São quase 200 km por corrida e um carro de arrancada com toda a tecnologia de hoje não pode percorrer sequer um centésimo disso?

Carros de rua vão para a pista em eventos Open hoje em dia e fazem dez, quinze passadas acima de 200 por hora... E os carros de corrida não podem?

Gente, a regra é essa: Não interessa quem faz o melhor tempo ou o rééééécorde com seu carro-bomba. O que vale é estar na pista na hora da final, arrancar e vencer. E se fosse fácil, já estava todo mundo fazendo, ao invés de passar o dia quebrando! Se todos os pilotos fizerem isso, a emoção já vai aumentar.

Entretanto ainda resta outro problema grave: O número de carros por categoria. Nunca vai acontecer uma prova emocionante quando só dois ou três carros disputam a vitória. O número de carros inscritos numa prova de arrancada não é pequeno, fica sempre perto dos cem carros. Mas eles não arrancam entre si, esse é o problema. E como vamos resolver isso?

Vamos quem? Cara pálida!

Pra mim já chega de polêmica por hoje!

4 comentários:

  1. Sobre tudo que li acho que tem uma grande controversia, pois ou se corre contra o relógio o tempo todo ou um contro o outro e vai saindo os perdedores e ficando os ganhadores ate o final, pois ter os dois na mesma competição não prova que o carro é mais consistente ou não pode ser pura sorte se o oponente queimar ou errar marcha já era a largada e esta fora. Eu acredito que o melhor é contra o relógio. Quanto aos carros de rua que participam do open day existe uma polemica pois a categorias que por regulamento não prescisam de santo antonio e não chegam a 170kmh e no velopark não podem andar mas os de rua que passam desta velocidade podem no open day, a alegação é a segurança mas são dois pesos e duas medidas.

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  2. Exatamente. Se o piloto na F1 larga mal como o o Rubinho largou esse final de semana, já era não é? Pode ter o melhor carro, mas se não consegue nem largar, não merece ganhar, você não acha?

    Se chega na hora do pênalti e o Roberto Baggio, um dos melhores jogadores do mundo em 94, isola a bola e manda pra fora, pode ser até azar, mas o Brasil é que é tetra! Não tem choro.

    O esporte é assim mesmo, conta a habilidade do piloto, conta a sorte e também o carro. Se não for assim, não é esporte. Arrancada não é corrida de cavalos, onde o piloto é um mero jóquei e o cavalo é que importa. O piloto que pensa assim está se desvalorizando e em minha opinião deveria se envergonhar, pois paga toda a construção do carro e quem leva a vitória é somente o preparador.

    Sobre as regras, você tem de compreender que carros de competição devem ter toda a segurança. Agora, se os carros de competição não conseguem se equiparar em velocidade a simples carros de rua, talvez tenha alguma coisa errada com esses carros, ou com os preparadores, ou mesmo com a categoria que é lenta demais para ser considerada uma categoria de competição.

    A terceira coisa que precisa ficar clara, é que você não pode comparar um evento recreativo com um evento federado. A federação possui suas próprias regras e você é obrigado a acatá-las quando é filiado. Eventos amadores não seguem esse padrão e não há nada que obrigue isso.

    Mas para você pensar em pesos e medidas: Não é necessária a gaiola de segurança na categoria import até 210 km/h. Se você quer reclamar de dois pesos e duas medidas, comece por aí, pois essa é uma categoria federada e segue as mesmas regras que as outras.

    Abraços

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  3. O negocio e o seguinte arrancado veio da rua por um desafiar o outro se não tem isso não é arrancada é outro esporte esqueceram como e saber que sua capacidade de piloto superou o equipamento mais caro, como isso e prazeroso. Por que corrida de rua atrai muitas pessoas? Por que há competição, não importa o que seu carro andou minutos atrais importa o que seu carro andou naquele momento e contra aquela pessoa você é respeitado se você vencer varias pessoas e carros e considerado sortudo se venceu só uma por um só momento.Arrancada não é só uma puxada,não é só um carro ou equipamento melhor.È criatividade e inovação dos preparadores e destreza e coragem de um piloto poder confrontar pessoas,marcas,empresas,peças quanto sua capacidade ,resistência e rapidez.SE fugiu disso não é arrancada é outro esporte sem graça onde só se diverte quem pilota.A arrancada tem q fazer o piloto ter medo de errar por não ter outra chance tem que fazer o preparador sofrer se ver seu carro quebrando na segunda puxada por falta de resistência por falta de competência ou criatividade.A arrancada deve depender do piloto não do equipamento.aquela pessoa você é respeitado se você vencer varias e considerado sortudo se venceu so uma por um so momento.Arrancada não é so uma puxada,não é so um carro ou equipamento melhor.È criatividade e inovação dos preparadores e destreza e coragem de um piloto poder confrontar pessoas,marcas,empresas,peças quanto sua capacidade ,resistencia e rapidez.SE fugio disso não é arrancada é outro esporte sem graça onde so se diverte quem pilota.A arrancada tem q fazer o piloto ter medo de errar por não ter outra chance tem que fazer o preparador sofrer se ver seu carro quebrando na segunda puxada por falta de resistenciapor falta de competecia ou criatividade.A arrancada deve depender do piloto não apenas do equipamento.

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  4. ESSE COMENTARIO ESTA CORRIGIDO EM RELAÇÃO AO ANTERIOR QUE FOI POSTADO DE FORMA ERRADA.
    O negocio e o seguinte arrancado veio da rua por um desafiar o outro se não tem isso não é arrancada é outro esporte esqueceram como e saber que sua capacidade de piloto superou o equipamento mais caro, como isso e prazeroso. Por que corrida de rua atrai muitas pessoas? Por que há competição, não importa o que seu carro andou minutos atrais importa o que seu carro andou naquele momento e contra aquela pessoa você é respeitado se você vencer várias pessoas e carros e considerado sortudo se venceu só uma por um só momento. Arrancada não é só uma puxada, não é só um carro ou equipamento melhor.È criatividade e inovação dos preparadores e destreza e coragem de um piloto poder confrontar pessoas,marcas,empresas,peças quanto sua capacidade ,resistência e rapidez.SE fugiu disso não é arrancada é outro esporte sem graça onde só se diverte quem pilota.A arrancada tem q fazer o piloto ter medo de errar por não ter outra chance tem que fazer o preparador sofrer se ver seu carro quebrando na segunda puxada por falta de resistência por falta de competência ou criatividade.A arrancada deve depender do piloto não do equipamento.

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