sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Gol 96: Pneus?


Sérgio Henrique Lucas Fontes, ou simplesmente Sérgio Fontes, é um dos mais respeitados e vitoriosos competidores da AD. Fontes conheceu a Associação ainda no tempo das corridas do sambódromo, quando pilotos como os irmãos Andreis e T.O. Castro inspiravam a galera a correr de uma forma diferente, através de suas participações nas provas pela categoria desafio.



Em 2007 então Sérgio começou a correr pela AD, em Tarumã. O Gol 96 fez as suas primeiras participações como um carro de performance intermediária, mas logo alcançou grande evolução. Porém o reconhecimento não veio facilmente, bem pelo contrário, teve de ser conquistado na pista. Certa vez Sérgio chegou cedo a Tarumã para garantir seu box e teve uma desagradável surpresa pela manhã: Foi convidado a se retirar do box, para que os "pilotos profissionais" pudessem se instalar ali.

Não bastasse isso, os organizadores ainda resolveram alterar a ordem de sequencia normal das categorias, para que a categoria desafio, na qual a AD e Sérgio Fontes participavam da prova, largasse antes das outras, para "limpar a pista". Sérgio não aceitou o desaforo e deu a resposta na pista, acabando o dia como o Gol mais rápido da prova.

"Limpamos tudo, até os tempos deles..."

Ao final do ano Sérgio conquistou muitos pontos em todas as provas e acabou levando pra casa o título de Campeão da AD em 2007, recebendo como prêmio uma injeção FuelTech.



Nesse ritmo, Sérgio iniciou o ano de 2008 como um dos favoritos ao título da AD. Os bons resultados o levaram a disputar o campeonato até a última prova, contra Felipe Hil e sua Puma GTB turbo. Infelizmente uma quebra tirou o Gol 96 da disputa por uma prova. Assim mesmo Sérgio não desistiu e inscreveu um carro reserva, um Astra original. A pontuação obtida com esse carro foi primordial, mas ao mesmo tempo não foi o suficiente para conseguir, ao final de todos os pontos corridos, vencer a Puma, que virava na casa dos 13,0.

Gol 96 estacionado em frente ao pub John Bull, por ocasião da festa de confraternização da AD

Mas ao final de 2008 surgiu o TOP16. E na primeira edição dessa competição, que é realizada através do sistema direto de mata-mata, Sérgio levou o gol 96 até final, contra o Maverick de Alexandre Kroeff. A platéia estava eletrizada, divida entre o Golzinho turbão e o Veoitão aspirado.


Kroeff larga na frente, como o esperado, com seu 60 pés na casa de 1,8. Fontes mantém a calma e faz a sua performance de sempre. Nos 100 metros o maverick passa quase dois carros na frente, diferença que persiste na parcial de 201. Nos 300 o placar do v8 ainda indica que o ford está na frente, mas nos meros 1,8 segundos que compreendem a última parcial entre os 300 e os 402 metros, o narrador Ademir "Perna" Moreira parece não acreditar e fala: "O Golzinho não se entregou ainda... E deu o Gol!, Gol 96 de Sérgio Fontes!!!"



A galera vai a loucura, a equipe levanta Sérgio no ar e joga para cima... Um grande final!

Sérgio fontes e sua equipe de pista comemorando a vitória na primeira edição do TOP16

Em 2009 Sérgio seguiu competindo e é o único piloto da AD que possui dois troféus do TOP16, tendo disputado e vencidoo a final da quarta edição contra RaFASTra e seu Astra 888.

Comemoração da vitória na quarta edição do TOP16

Para a próxima etapa, todos querem saber os novos upgrades do Gol 96, mas Sérgio mantém um perfil discreto, confirmando apenas uma modificação: Uma alavanca de engates rápidos. De fato, o carro está muito bem acertado e pronto para baixar os tempos, assim que colocar pneus...

E será que os pneus vem por aí já na próxima etapa? Fontes não confirma e nem desmente...

Mas o certo é que para a próxima prova Sérgio seguirá contando com o apoio da galera da Maranelo que está sempre com ele auxiliando na pista, de Dorival da DRV Motorsports que faz a mecanica pesada do carro, adaptações e auxilia no acerto e também da Kim Lavagem, que deixa o carro sempre impecável para as apresentações no Velopark.

Rafael Andreis, Sérgio Fontes e Deme Coradi

Fontes e o Team Maranelo

E os pneus... Sérgio já conseguiu um melhor tempo de 11,7 com radiais, então a expectativa para ver o carro com pneus drag é grande, pois todos sabem se tratar um carro com potencial para a casa dos 10 segundos. Então só nos resta aguardar até a próxima etapa!

Muito mais que um outdoor...


Nos dias 25, 26 e 27 de agosto foi realizada no Centro de Exposições da FIERGS a 28ª EXPOAGAS (Associação Gaúcha de Supermercados), que é considerada a maior feira do gênero no Conesul e lida com números da ordem de 36 mil visitantes e 234 milhões em vendas.

E lá estavam os irmãos Andreis com seus dois Eclipse expostos em uma área garantida por um dos patrocinadores. Era uma grande oportunidade para a empresa maximizar seu investimento nos carros colocando-os junto a um grande público, como dois belos e diferentes outdoors, bem estacionados em local de grande trânsito de visitantes.

Apesar de os carros estarem lá expostos desde o início da feira, fomos fazer as fotos no último dia, bem no finalzinho da noite e já rolava aquele clima de fim de festa. Os expositores começando a desmontar os estandes, as pessoas todas com o semblante cansado da maratona de 3 dias de muitas negociações. Conversas sobre o balanço da feira, faturamento, vendas, tantos mil pra cá, tantos milhões pra lá... Muitos passavam ao largo dos carros e ocasionalmente um ou outro visitante parava para tirar uma foto de recordação.


Mas as coisas começaram a mudar quando um dos patrocinadores resolveu que iria fazer uma "gracinha" para fechar a feira em grande estilo: Ligar o motor de um dos carros, o que naturalmente era proibido.

E lá vinha o patrocinador, com aquela expressão e pose de um adolescente marrento que se gaba para os amigos de um brinquedo novo. Fabio Andreis então entra no carro, liga os sistemas, ensaia um arranque. O carro a álcool naturalmente nao pega de primeira, mas percebo que alguns visitantes esticam os olhos para ver do que se trata: "Olha, ele vai ligar o carro..."

Fabio insiste e o motor começa a dar sinal de que vai pegar. É impressionante como o motor de um carro especial chama a atenção das pessoas... É quase como se fosse o despertar de uma fera, um tipo de acontecimento meio místico... Alguns torcem para que não pegue, outros rezam para que funcione, mas todo mundo vem olhar.

Mesmo diante de todos os olhares curiosos a fera não desaponta e logo começa a rugir. O barulho de um motor com escape livre de 3 polegadas, mesmo em um ambiente ruidoso como a feira no enorme centro de convenções da FIERGS se mostra extremamente alto e começa a atrair a atenção de todos no local.

O motor aquece um pouco e Fabio eleva o giro para cerca de 7 mil rpm em algumas aceleradas. Imediatamente todos começam sorrir como crianças diante do colorido, diferente e barulhento Eclipse de corrida. Fica claro que as pessoas comuns não vêem um carro desses todos os dias. E então inesperadamente o nosso amigo Gringo aciona o two step, o que resulta em um ruído altíssimo, que para quem não conhece se assemelha muito a um tremendo tiroteio. As pessoas assustadas caminham para trás e o espanto está nos olhos de todos, quando percebem que o carro está emitindo enormes chamas azuis pelo cano de escape!

"Olha só, mas o que é isso?!? De onde sai esse fogo?!?"

O carro é desligado, mas ainda chegam pessoas de terno e gravata, ofegantes e lamentando: "Viemos correndo lá do outro lado e agora vocês desligam?" Como por mágica, os rostos há poucos minutos abatidos estavam todos com o ânimo renovado. E nosso patrocinador, antes cheio de malandragem agora tinha a expressão de um menino de 11 anos que acabou de estourar bombinhas dentro da caixa de correio do vizinho metido da rua de trás.


As pessoas que antes mal percebiam que ali havia um carro agora faziam perguntas do tipo: "Mas como é que funciona esse sistema, é um pára-quedas de verdade?" "A que velocidade ele anda?" "Qual a potência?" "Esses pneus são normais? Parecem tão molengas..." E principalmente: "Mas de onde é que vem esse fogo???" Agora todos tiravam muitas fotos.


E os irmãos Andreis explicavam tudo, com o maior orgulho. Até que chegou o chefe da segurança da feira e ameaçou a todos, que se o carro fosse ligado mais uma vez, seria colocado para fora...

E eu saí dali feliz porque pude ver aquilo que sempre falo, mas o convívio diário com os carros muitas vezes me faz esquecer: Um carro é muito mais que um simples outdoor, que uma simples placa móvel com rodas. Um carro de corridas é a expressão máxima de uma paixão que mexe com o menino que existe dentro de todo o adulto. Por alguns momentos eles voltam a ser crianças, despindo-se de todos os preconceitos, de todo o orgulho e pose que compõe a armadura emocional que os adultos desenvolvem para enfrentar o mundo. As pessoas abaixam a guarda e esqucem do ceticismo quando recebem a oportunidade de interagir com uma máquina dessas. Será que existe melhor lugar para ter sua marca exposta em um desses momentos?


O simples fato de fazer um carro de corridas funcionar parado traz à tona emoções verdadeiras nas pessoas e o dia em que algum de vocês leitores ficar sabendo de algum outdoor que consiga essa mesma façanha, me avisem por favor, pois vou comprar um e colocar no meio da minha sala.

E viva os patrocinadores da Equipe GSX, por um dinheiro bem investido!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Nova data do Open Velopark


PROGRAMAÇÃO OFICIAL DO OPEN DAY

Paulo Torino , responsável pela Assessoria de Imprensa do Velopark, divulgou o cronograma oficial para o evento do dia 12 de setembro, sábado.

1) 9h: abertura das inscrições e credenciamento dos pilotos.

2) 10h: abertura da pista e treinos livres até as 13h.

3) 13h30min: abertura das bilheterias e venda de ingressos ao público.

Neste mesmo horário também se iniciam as passadas classificatórias.

4) 16h30min: início das finais - mata mata ( confronto direto dos DOIS melhores de cada faixa de tempo.

5) Na sequência, Bracket Racing aberto a todos os participantes do Open Day.

6) 18h : Top 16 da Associação Desafio.

7) 19h : final do evento com o pódio para o “Rei da Rua”.

A nova data do OPEN

Uma informação muito esperada pela comunidade da Associação Desafio foi divulgada durante a realização da Copa Brasil no final de semana.

O locutor Pepe anunciou a data de 12 de setembro (um sábado) para o evento. Ainda de acordo com a divulgação feita para o público presente e em streaming pela internet, quem autorizou a informação foi Jhonny Bonilla, o manager do Velopark.

Este Open será válido pela quarta etapa do campeonato da Associação Desafio e marca o início de sua segunda fase. Alguns competidores despontam como favoritos, mas é impossível prever um vencedor para o campeonato que pretende ser realizado em seis provas neste ano de 2009.

Confira abaixo a classificação dos dez primeiros após a terceira etapa:

Rafael Pires “Rafastra” - Chevrolet Astra - 184,125

Rafael Andreis - Mitsubishi Eclipse - 176,677

Leandro Fraga “Toco” - VW Gol - 167,589

Sérgio Fontes - VW Gol - 165,764

Marcio Xavier - Ford Maverick - 157,802

Jean Peluso - Ford Maverick - 156,080

Otávio Bresolin - Chevrolet Vectra - 155,608

Cléber Pereira “Tuio” - VW Passat - 143,317

Demétrio Coradi - Chevrolet Corsa - 141,995

Roberta Rodrigues - Chevrolet Pick-up Corsa - 136,931

Para os amantes da arrancada e os fás de automobilismo em geral será um grande dia para ver disputas acirradas no Top16 da AD, competição no estilo mata-mata que reúne os 16 melhores carros/pilotos do dia em uma competição eliminatória onde só sobra um vencedor.

Os clássicos V8, GM e VW da Associação confirmaram presença neste Open, que marca o retorno as pistas do Velopark após mais de três meses da realização do último evento.

Fonte: www.categoriadesafio.com.br

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Gol 916: Agora vai!

Fabio Benassi é um dos membros mais ativos (ou seria melhor dizer, hiperativos?) da AD, sempre participando de todas as provas. Mas Benassi está sempre com a AD, mesmo nao estando com chances de andar na ponta. Ele já participou das provas com os carros mais inusitados, como por exemplo Lancer 1.6 automático, Mercedes série C e até o lendário Swift 3 cilindros com nitro, que dava trabalho pra muito carro maior. Além de sempre participar das provas, Benassi também viajou para a Argentina e negociou um patrocínio da IASA pistões para a AD.

Mas Benassi sempre teve planos de andar forte, inclusive chegou a iniciar a construção de um Punto tubular, mas esse projeto acabou sendo abortado e veio então um Gol GIII vermelho, comprado "pronto", que corria pela categoria Turbo A, de Minas Gerais. O carro já havia competido em Curitiba e seu melhor tempo era de 12,5s@402.

Benassi: Problemas com o Gol

Fabio então levou o carro para seu mecânico, o Dorival da DRV Motorsports, que também trabalha no Gol 96 de Sérgio Fontes, para uma revisão. Desde então o carro vem passando por modificações e acertos, testes na pista e algumas quebras. Além dos problemas elétricos, o carro sofreu com quebra de diferencial, transmissão e até, pasmem, quebra do eixo do comando de válvulas.

Eixo do comando de válvulas do Gol 916: Quebrado

Então, após todos esses revéses, Benassi e Dorival decidiram que o carro só sairia da oficina quando estivesse realmente funcionando direito e aí a coisa foi mais fundo, sendo o cabeçote todo revisado e a caixa de cambio forjada do sapinho substituída por uma original do GTi.

Acelerando em Tarumã no Metropolitano: Treino

O carro é um 8v com cabeçote de fluxo cruzado de Golf convertido para tucho mecânico e comando bravo. Não usa nitro, intercooler, watercooler ou icecooler. Trabalha com 8 injetores, bomba de combustível de alta vazão, injeção FuelTech com boost controller e CO2.

Mecanica sem intercooler e com fluxo cruzado

Interior modificado por Benassi, com Data Logger e Boost Controller

Benassi agora pretende finalmente utilizar todo o potencial do carro sem mais contratempos, esperando rodar constantemente na casa dos 12s. E assim que o carro começar a dar resultados, os próximos upgrades planejados são alguma forma de resfriamento do ar de admissão (não descarta o uso de nitro) e um par de pneus slick de arrancada.

Até o momento, o melhor tempo do carro é 13,1 segundos no Velopark. Mas agora vai! E quem conhece a figura, sabe que ele literalmente não vai parar quieto até que o carro realize o potencial planejado. E se não for, podem ter certeza que ele empurra!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Gol 212: Upgrades

Todos aqueles que fazem parte da família Desafio sabem que o principal lema dos pilotos é participar das provas, colocando o carro na pista. Talvez ninguém esteja mais engajado nesse ideal do que o nosso colega Leandro Fraga, o famoso Toco.

Assim, o Toco não é um daqueles caras que fica esperando o carro ficar "pronto" antes de ir para a pista. Como ele mesmo diz, para competir é a coisa mais fácil que existe: "É só pagar a inscrição, abastecer e acelerar..." E ele não poderia mesmo estar mais certo.

Gol 212 no alinhamento: Uma constante nas provas da AD

Evoluindo o carro aos poucos Toco sempre classifica para os TOP16, já é um dos poucos que conseguiu entrar no Clube dos 200 km/h do Fórum Oficial da AD e baixa seu tempo a cada prova, sempre voltando com o carro funcionando, mostrando assim que para andar bem não é preciso um "carro-bomba".

Toco e as Veloparketes

E por falar em bomba, esse é um dos upgrades do Gol 212 para a próxima etapa: Leandro passou de 2 para 4 bombas de combustível, para suportar a maior potência e o uso de metanol em lugar do álcool de posto. Segundo ele o serviço do preparador que havia feito a instalação anterior não havia ficado satisfatório em termos de capricho e funcionalidade, então Toco meteu a mão na graxa e resolveu fazer a nova instalação, desde a fixação externa e organização das mangueiras, até o pick-up das bombas dentro do tanque, ele mesmo. Confira como ficou, na foto abaixo.


4 bombas: Metanol e mais potência

Com essas novas bombas e o uso de metanol, com os problemas de ignição solucionados pelos novos cabos e velas, Toco espera finalmente conseguir utilizar em conjunto o booster e o nitro. Para tanto, até instalou um novo volante MOMO, com dois botões separados, um para cada sistema.


Volante: Nitro de um lado e booster do outro

A tração do carro também é uma preocupação. Por isso o Toco visitou uma loja de rodas esportivas e começou a verificar uma por uma, para descobrir qual a mais leve que existia no estoque. Acabou escolhendo as Tsuya da foto abaixo, por serem um pouco mais leves que as S171 da Scorro.

Novas rodas: Mais leves

Mas a coisa não parou por aí. Toco pretende baixar seu melhor tempo de 12,4 para a casa dos 11 segundos. Então instalou no carro uma caixa de câmbio do Sapinho, com diferencial spool (100% bloqueado) e refez toda a suspensão do carro, para melhorar a saída.

Além disso tudo, Leandro está preocupado também com o visual do carro. Realmente o azul escuro é uma cor muito elegante, mas ao cair da noite no Velopark o carro ficava um pouco apagado, com um visual muito comum e escuro demais. Então foi escolhida a cor verde limão para dar um destaque ao golzinho. Isso gerou muitos apelidos para o carro, que vão desde Limão, Abacatão e até Gol Marciano...

Um close do olho... Ou seria da boca do Marciano?

Deixando de lado as brincadeiras, o pessoal da AD foi fazer um pequeno treino no Racha Tarumã, onde o Gol 212 teve a oportunidade de testar seus novos upgrades na reta com o Gol 96 de Sérgio Fontes, que para os entendidos em AD, dispensa apresentações. Segundo os relatos dos presentes, os carros arrancaram quatro vezes e o placar foi dois a dois... Se conseguir repetir esse feito dentro do Velopark, o Gol Marciano com certeza vai chamar a atenção e não será somente pela cor!

domingo, 16 de agosto de 2009

Será que as coisas mudam?

Alguns anos atrás, uma das principais reclamações dos fãs de arrancada era que muitos eventos eram realizados em pistas de 201 metros e que assim não se poderia jamais sequer sonhar com uma arrancada profissionalizada no Brasil. Estava na cara, bastava comparar isso com a "verdadeira arrancada" realizada nos Estados Unidos, onde todas as pistas tinham 402 metros, onde reinavam absolutos os Top Fuel e os Funny Cars.

Pois bem, há alguns anos as coisas vem mudando. Enquanto alguns se assustaram com a chamada crise na arrancada americana tradicional, com o declínio das principaios ligas americanas, a NHRA, AHRA e IHRA, outros observavam atentamente o nascimento de uma nova liga, com uma nova filosofia de trabalho.

Essa liga chamada ADRL apareceu trabalhando da forma que os opiniáticos de plantão julgaram estar fadada ao fracasso antes mesmo do próprio nascimento: Corridas apenas em 201 metros, apenas 4 categorias e nenhuma para dragsters, fossem eles Top Fuel ou Funny Cars. A perplexidade aumentou quando foram divulgadas a entrada grátis para os espectadores e a inscrição igualmente franqueada para as equipes. Mas talvez o que mais tenha chamado a atenção dos amantes do livro de regras, tenha sido o fato de que na ADRL quase não existem restrições técnicas.

Conforme a tradição da evolução do esporte até então, essa proposta absurda era apenas o delírio da mente de um homem louco que não entendia nada de arrancada ou de ganhar dinheiro. Mas o tempo passou e rapidamente, como sempre os críticos verborrágicos tiveram o desgosto de ver o empreendimento crescer ao ponto de bater todos os recordes de atendência de público das dragways por onde passavam, atraindo 70, 80, 100 000 espectadores para as provas. E não bastasse isso, ainda se erguer para disputar de igual para igual com a toda poderosa NHRA o dinheiro dos patrocinadores e as próprias equipes de competição.

Kenny Nowling: Cabeça da ADRL

Não sabemos qual será o futuro e como reagirá a NHRA frente a essa nova competidora, mas o fato é que hoje a ADRL mostra que a crise não é da arrancada e sim das entidades reguladoras que se deixaram levar por conceitos prontos e perderam a perspectiva daquilo que o público realmente quer ver, bem como quanto ele se dispõe a pagar por isso.

E aqui na terrinha, ainda tem gente que por puro preconceito e falta de informação, se espelha em um modelo que está tomando uma surra da modernidade. Com isso não quero dizer que devemos copiar a ADRL no Brasil. De fato, sou um grande crítico da cópia sem critérios e fica mais do que óbvio, feita uma análise muito rasa sobre o que ocorre dentro da pista em uma prova da ADRL, que oa arrancada de hoje no Brasil não tem cacife pra sequer tentar copiar um esquema como esse. Basta para tanto, dizer que os carros andam na casa dos 3 segundos nos 201 metros, passando em velocidades acima dos 300 km/h... Nos 201 metros!

Doorslammers da ADRL: Casa dos 3s nos 201, acima de 300km/h

Mas então que lição fica disso tudo?

Em primeiro lugar, temos de ter claramente em nossa cabeça que arrancada só funciona enquanto negócio, enquanto showbiz. A paixão pelo automobilismo é muito nobre e louvável, mas sozinha não enche barriga. Para que pessoas competentes possam organizar os eventos, as provas precisam dar lucro pois pessoas, sobretudo as competentes, não trabalham de graça.

Em segundo lugar temos de compreender uma coisa que muitas vezes passa despercebida, seja por simples falta de atenção ou por falta de informação mesmo: Arrancada não é necessariamente vanguarda tecnológica. Bem pelo contrário, os carros mais rápidos e potentes do mundo utilizam tecnologias que estão propositalmente defasadas há décadas, como motores V8 do tipo pushrod, com arquitetura baseada nos "blocos-elefante" Chrysler Hemi 426, em alusão ao grande volume de deslocamento, lançados em 1964, sobrealimentados por superchargers 14-71 cujo design é baseado nos antigos sobrealimentadores utilizados originalmente em motores Diesel de dois tempos da marca GM.

Apesar da tecnologia de materiais e do gasto em engenharia, o simples uso desse equipamento demonstra que a questão não é mais, nem mesmo nas categorias de ponta, atingir o limite da capacidade humana em termos de performance. Ao passo que quase todos nesse mundo sabem que o detentor do recorde da categoria mais rápida da NHRA é Tony Schumacher com o impressionante tempo de 4,428 segundos no quarto de milha, pouca gente sabe que em 1977 uma mulher chamada Kitty O"Neill arrancou com um dragster movido a peróxido e atingiu a marca de 3.22 segundos no quarto de milha, cruzando a linha a absurdos 637 km/h.

Tendo claras essas duas situações, fica simples de compreender que o importante é organizar uma corrida na faixa de tempos onde existe a melhor relação entre número de participantes e a performance exigida para empolgar o público presente. Isso pode ser feito através de regulamentos complicados, mas pode ser atingido também através de regulamentos simples.

É tudo tão simples como 2+2, porém preconceitos de longa data e práticas comerciais míopes tem impedido a evoulção do nosso esporte nos últimos anos.

E será que no Brasil as coisas também podem mudar? Após anos de mesmice e miopia, muita coisa está acontecendo nos bastidores e dois gigantes do setor estão dando indícios de que novos ventos começam a soprar nas nossas praias. Mas por ora, só nos resta aguardar os movimentos desses major players.

Então leitor, fique ligado no blog, pois talvez tenhamos notícias muito interessantes em breve.


sábado, 8 de agosto de 2009

Terceira etapa do Desafio 201m: Nasce a AD-PR!


No dia 02 de agosto foi realizada mais uma etapa do Desafio 201m em Curitiba. Mais uma vez a chuva ameaçava a realização da prova até o último momento, mas na hora H deu uma trégua e os pilotos amadores puderam realizar as puxadas, apesar do tempo úmido.

Talvez em consequência disso e também do pequeno intervalo entre as provas, é que o número de inscrições tenha sido bem menor, representando menos da metade da última prova, ou seja, cerca de 60 a 70 carros.

Por outro lado, menos carros significa mais tempo de pista livre e aqueles que estavam presentes foram bem recompensados, podendo dar diversas puxadas sem a costumeira fila do alinhamento. Os pontos negativos são os mesmos de sempre: Puxadas apenas em 201 metros, não há divulgação de uma folha geral de tempos e as antiquadas restrições técnicas aos carros dos amadores, para que andem menos.

Agora as novidades são a esdrúxula regra da obrigação do uso do escape até o final do carro, sob a alegação que na rua é ilegal escape no cotoco. Como se alguma modificação para performance fosse legalizada para o uso de acordo com o código de trânsito, e, como se o piloto não pudesse retirar o escape na hora da competição e depois recolocá-lo de volta para ir embora...

Para um evento que alega buscar tirar os rachas de rua e trazê-los para a pista, os organizadores estão errando feio ao encher o evento de regras, pois qualquer um que conhece a cultura da rua sabe que existe apenas uma regra: Na rua não há regras. Fica difícil captar o espírito dos rachas e levá-lo para dentro da pista desse modo e consequentemente o evento perde toda a sua função social.

A outra novidade foi a suspeita de "fotocélula turbinada". Se a princípio os pilotos ficam felizes por verem seus carros baixando o tempo, a simples suspeita gerada pela redução geral nos tempos de pista e principalmente da parcial de 60 pés, onde o ganho excessivo foi ainda mais evidente - sobretudo em um dia úmido - irá trazer descrédito aos resultados desses mesmos pilotos e ao próprio evento. Além disso, se realmente houver um erro na cronometragem, isso irá criar uma falsa expectativa nos pilotos em relação aos seus tempos e impedí-los de realmente evoluírem seus carros. É preciso ficar atento.

E a grande novidade boa do dia, foi a primeira participação da AD-PR nas arrancadas do Paraná, dando um boost no Desafio 201 m, levando vários carros para a prova. O grupo tem sido tocado pelo Rodrigo Munhoz e pelo Rodrigo Coutinho, que buscam organizar os pilotos de arrancada amadores do Paraná, do mesmo modo que a Associação Desafio fez no Rio Grande do Sul.

Eles montaram um ranking no mesmo padrão da AD, com pontuação baseada em puxadas e bonificações por reação baixa e vitórias em nível de tempo. Seguindo o exemplo original da Associação Desafio, antes da prova a AD-PR organizou um jantar com os novos competidores para explicar as regras, confraternizar e escutar as opiniões de todos.

Fotos de Pilotos e Colaboradores reunidos no primeiro Jantar da AD-PR realizado na véspera do evento dia 1º de Agosto de 2009.

O grupo aos poucos vai se unindo e vários carros já competem pela AD, no espírito de rivaliade dentro da pista e amizade fora dela. A disputa já começou! Veja abaixo o Ranking AD-PR, os tempos e o desempenho de cada piloto e algumas fotos da etapa, com o release oficial da AD-PR:

O Civic VTi de Bruno Baptista montado na Tecnomotors ficou em quarto lugar na primeira etapa, apesar de ser um carro praticamente original apenas com descarga e volante aliviado. O que mostra que não é preciso ter uma "usina" para pontuar bem através do sistema de pontuação da Associação Desafio.
O melhor tempo de Bruno foi 10,455.


O Civic VTi de Rodrigo Munhoz montado também na Tecnomotors infelizmente não pontuou devido a quebra da homocinetica esquerda logo após o primeiro burnout. É um Civic com motor original, com trabalho de alívio de peso e suspensão.
Munhoz forçando no rolo para aquecer os pneus. Resultado: Quebra

O Gol GTi GIII 16v turbo de Izaias Pissinini foi um dos destaques da primeira etapa por ser um carro fortíssimo e ter o baixissimo ET de 8,159s nos 201m passando a impressionantes 165km/h!
No campeonato Izaias se encontra na sexta posição e promete brigar pela liderança!

O Gol GL 1.9 turbo de Danilo Rollwagen montado na Pró Racer foi um dos carros mais constantes da primeira etapa da Associação Desafio PR e ficou em quinto lugar com o melhor tempo de 8,504.
Danilo é um dos membros mais descontraidos da AD-PR, mas desde já mostra seriedade total na hora de acelerar!

Gol Cl turbo de Elias "Dida" Henrique montado pelo Frango vem mostrando uma evolução impressionante. Apesar de ter sido montado a pouco tempo ja alcancou o ET de 8,573.

Dida ocupa o sétimo lugar no ranking da Associação Desafio e se a evolução continuar, não levará muito tempo para ocupar a liderança!

O Chevette AP turbo de Michael Nepomoceno preparado na ADAMI High Performance foi também um dos destaques da AD, através de reações baixíssimas Michael conseguiu o segundo lugar no ranking da Associação Desafio.

Além de ser um carro impecável, o Chevette faz parte do time dos "carburados e não-forjados" da AD-PR e mostra que é muito forte virando tempos na casa dos 8,4 segundos.

Gol furgão turbo de Cesar o "Tocha" foi o carro mais rápido do dia com o tempo de 8,383 com um 60ft inacreditável de 1,9s, pena que Cesar só conseguiu dois tempos para pontuar, tendo queimado as demais puxadas que fez. Mesmo assim, ocupa a terceira posição no ranking da Associação Desafio, mostrando que por enquanto o time dos "carburados e não-forjados" estão em alta!
Gol do Cesinha: Presença constante nos eventos e agora também participante da AD-PR

Gol GTi Turbo de Artur montado na Perreto preparações foi um dos carros mais contantes mantendo tempos na casa dos 9,1 segundos e ocupa o oitavo lugar no ranking da Associação Desafio.

GTi quadrado de Artur: Turbo básico mostrando que todos podem correr.

Voyage Turbo de Yussef Burtet. YuCareca acabou levando o primeiro lugar do ranking AD-PR por ter vencido a classe 9s, e ter feito ótimas reações sendo uma de 0,98. Infelizmente YU só conheceu a Associação após a prova, então o prêmio foi para o segundo colocado, devido a falta do adesivo do patrocinador 402metros.com.br

Voyage do Yussef andando nos 9 baixos: Venceu a geral, mas não levou. É preciso colar os adesivos dos patrocinadores.

Danilo em momentos de descontração, mais não se engane na pista ele leva tudo muito a sério e vira tempos muito baixos!

A primeira etapa da AD-PR foi um sucesso de participação e também no nível dos carros. Quem quiser saber mais sobre a AD-PR pode visitar o blog em http://www.desafiopr.blogspot.com/ e pode visitar o site da AD-RS em http://www.categoriadesafio.com.br/

Fotos: Conrado Saltini

Colaboração: Rodrigo Coutinho

Release AD-PR: Rodrigo Munhoz

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