domingo, 28 de dezembro de 2008

Destaques AD 2008


Com o novo ano chegando, é sempre um bom momento para fazer uma retrospectiva e relembrar as boas coisas do ano que passou. Em 2008 a AD mais uma vez teve de brigar pelo seu espaço, o que para sermos honestos, não foi nenhuma novidade. Com a chegada do Velopark muitos imaginaram que seria o fim da AD, mas o que aconteceu foi bem o contrário e a AD teve o maior crescimento desde sua criação.

Mas o ano foi marcado também por algumas polêmicas. No início do ano a AD foi realizar sua primeira etapa em Santa Cruz do Sul, dentro do Arrancada Cup, que abrigava também o Campeonato Gaúcho. Foi discutido um regulamento com o organizador do Cup, que visava que os pilotos amadores com carros de rua não necessitassem de carteira de piloto profissional. Estava tudo acertado, porém no momento da prova esse regulamento não foi respeitado pela federação gaúcha, o que gerou uma tremenda confusão, chegando a paralisar a prova. Após intensas discussões, a competição ocorreu conforme o combinado, mas na segunda-feira circulou entre os organizadores de provas um comunicado oficial da federação determinando que nenhum piloto poderia participar de nenhuma competição da FGA sem adquirir a carteira de piloto ao custo de R$300,00.
AD nas obras do Velopark

A AD ficou então em um impasse, pois os pilotos amadores estavam proibidos pela FGA de competirem em provas oficiais no estado. Contudo, essa resolução rapidamente se provou um erro, pois as provas eram extremamente dependentes desses pilotos e da própria presença da AD. O campeonato metropolitano e o Arrancada Cup foram drasticamente reduzidos por conta do baixo quórum e isso gerou uma reação dos organizadores de prova, no sentido de que fosse retirada essa imposição.

Graças às reinvindicações da Associação Desafio antes mesmo do Velopark começar a funcionar, foi criado o Open Day e todos os carros de rua e pilotos amadores puderam acelerar legalmente em uma pista de competições. Mas com a chegada do Velopark, pouco adiantou reverter a situação dos pilotos amadores, pois os outros campeonatos ficaram muito prejudicados, correndo inclusive o risco de não mais se realizarem em 2009, o que se realmente ocorrer, será uma grande perda para o esporte no RS.

Desde então a AD é presença certa em todos os Open Day e chegou a levar mais de 70 carros em uma única prova no VP. Hoje a AD é reconhecida pelo empreendimento, possuindo um box próprio no Open Day e tendo entrado para a história ao organizar o primeiro TOP16AD no último Open Day do ano. O torneio foi um tremendo sucesso entre os pilotos, público e reconhecido até pelos próprios funcionários do Velopark, que testemunharam jamais terem visto uma competição tão emocionante lá dentro.

Mas nem tudo foi política no ano de 2008. Dentro da pista também tivemos muitos destaques:

Na metade do ano surgiu a equipe 147, formada por Gustavo e CCCA, dois advogados com nenhuma experiência em mecânica e muito menos em preparação de carros de corrida. Auxiliados pelos amigos da AD, em poucas semanas esses dois já haviam t urbinado o carrinho e estavam competindo. Em 6 meses eles transformaram um motor que originalmente possuía 50 cv nas rodas em um monstrinho de 170 cv na roda e fizeram adaptações no carro para suportar a nova potência. E fizeram tudo isso sem perder nenhuma prova! Mas o mais importante disso tudo é que nesse processo eles criaram um blog super movimentado e resgataram a diversão que é mexer no carro com os amigos, comendo um churrasco e tomando uma cerveja. A equipe fez tanto sucesso entre o pessoal, que já conta com mais dois carros, totalizando 3 Fiats 147 específicos para as corridas da AD e montados apenas pelos amigos.


fiat147turbo.blogspot.com


Outro grupo que merece destaque é o que se forma na oficina Maranelo. Carros da zona sul de Porto Alegre, preparados por diversas oficinas se reúnem lá para fazer ajustes, confraternizar e fazer planos para as próximas provas. Entre eles estão alguns dos carros mais rápidos da AD, como o campeão de 2007 e primeiro vencedor do TOP16AD, o Gol turbo de Sérgio Fontes, o rápido fusca de André Pinzon e o Passat turbo do Tuio. Essa reunião de amigos tem tido um papel de destaque ao trazer cada vez mais participantes para as provas da AD, tanto para torcer pelos carros dos amigos, como também para participar na pista.

Não podemos esquecer também dos preparadores que apoiaram a AD nesse ano que passou. Juntando-se aos já conhecidos Chikinho e Roberta da Car Store/Night Racers e André da PS Race, temos que dar indiscutível destaque ao Pereira e ao Nelson e Jaques da DSP. Ao divulgarem o movimento e incentivarem seus clientes à participarem das corridas, essas lojas e oficinas tem tido também um papel fundamental no sucesso da AD em 2008.

Dentro da pista o maior destaque vai para Felipe Hill e Sérgio Fontes, primeiro e segundo lugares no campeonato respectivamente. Com muita potência, constância, dedicação e estratégia, conseguiram os melhores resultados de 2006 e seus carros são exemplo para muitos outros participantes da AD.


Outro que merece destaque é o Astra 888 do Rafael Pires, o Rafastra. O carro atingiu no TOP16AD a velocidade máxima de 206 km/h e tem sido constante na casa dos 12 segundos. Mas a potência de mais de 300 cv na roda sem o uso do óxido nitroso e a observação das melhores parciais indica que o carro deve melhorar ainda mais. Mas o verdadeiro motivo pelo qual ele merece destaque, é que construiu todo seu projeto unica e exclusivamente com peças e serviços dos patrocinadores da AD. Dos componentes eletrônicos da FuelTech ao turbo da Master Power, passando pelas bielas Suzin Francescutti e pistões IASA, não houve excessão. A qualidade dos resultados do carro é um reflexo da qualidade dos patrocinadores da AD.

Os irmãos Andreis também merecem lembrança, pois foram os primeiros a montar um carro de corrida nos moldes da PRO. A montagem de um carro especificamente de corridas é um grande desafio e tem dado trabalho aos irmãos, mas esperamos que num futuro próximo mais membros acabem se inspirando neles e seguindo esse caminho. As maiores contribuições da equipe GSX em 2008 foram o exemplo em termos de organização de box e prospecção de patrocínios.

Mas nada disso adiantaria, se não fossem os incansáveis voluntários que fazem tudo acontecer na AD. Entre eles estão Marco Queiroz, sempre fazendo novos contatos e buscando novos caminhos, André Strassbuger, que está sempre pronto a ajudar, seja como patrocinador ou voluntário. Carlo Isaia é outro que tem ajudado muito como voluntário tanto na pista como fora dela, seja fazendo os vídeos oficiais da AD ou ajudando a Rita e a Julia no momento das inscrições. Sem essas duas, não haveria como organizarmos o campeonato. Ajuda inestimável também é a de nossos fotógrafos: Igor Terres, Jeferson Saldanha e principalmente Adri Sugimoto e a sua equipe que além de fotos faz também os videos e entrevistas com o pessoal da AD. E não podemos esquecer de Fabio Queiroz, que além de belas fotos e faz também todas as contas da pontuação do campeonato e ajuda na organização de todos os eventos da associação.


Cabe também um agradecimento especial ao Fabio Benassi, que apesar de enlouquecer todo o pessoal com seu jeito hiperativo de ser, pagou do próprio bolso uma viagem para a Argentina, com o intuito de negociar um novo patrocínio para a AD. Se hoje temos o patrocínio da IASA, é graças à ele! E por último, mas não menos importante foi a contribuição do CCCA que às pressas e mesmo sem ter sido solicitado, resolveu o problema do domínio de internet do nosso fórum.

Além, é claro, de todos que colocaram seus carros na pista!

Todas essas pessoas é que fazem a AD acontecer e sem elas, não existiríamos!

Muito obrigado a todos vocês pelo belo ano de 2008!

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

A jornada


Diz um provérbio chinês que mesmo a mais longa das jornadas começa com um simples passo.

Mas a jornada é a rotina do aventureiro, é a rota do destemido, é a vida daqueles que ousam levar uma existência fora do convencional. É algo que muda tudo. Essas definições não combinam com a realidade da maioria de nós, que temos emprego, estudos, família, prestações do carro, da casa... É impossível embarcar em uma aventura preso a todas as responsabilidades que vamos adquirindo durante nossa vida.

Mas e assim, o que sobra de nós, para sermos nós mesmos? O carro novo que exibimos aos amigos? A casa que exibimos aos vizinhos? As férias sonhadas cujas fotos usamos para causar inveja aos nossos colegas de trabalho?

Eu sei, além da simples futilidade temos compromissos reais que nos amarram, mas por outro lado, a vida é uma só e como diz um outro ditado: Dessa vida se leva apenas o que se vive dela.

Nem toda a jornada é uma viagem e nem toda a distância é geográfica. Algumas das metas mais difíceis estão dentro da nossa mente, ou são ostentadas como bandeiras por nossos adversários. O que une os ousados não é uma viagem para surfar nos recantos da Polinésia ou uma peregrinação pelo caminho de Santiago de Compostela, mas sim o espírito inquieto daqueles que não se contentam com a rotina.


Mas nem todos vêem com bons olhos os aventureiros e os ousados. Com frequência são vistos como irresponsáveis, como inconsequentes, como imaturos. Mas qual poderia ser a irresponsabilidade maior que negarmos sentido à vida que recebemos e que rapidamente passará por nós, antes mesmo de percebermos quão curto é o nosso tempo por aqui? Nenhum compromisso assumido ou mesmo imposto jamais irá superar o fato de que recebemos o dom da vida e a nossa maior obrigação é dar um sentido à nossa existência.

Tenho visto algumas pessoas próximas de mim embarcarem em uma aventura que como toda a grande jornada, inciou-se de forma humilde. E de passo em passo, a distância tem sido percorrida. Possuir, manter e acelerar um carro de corrida é para muitos, uma grande aventura. Ser parte do grupo que é a AD, onde é um por todos e todos por um, estar comprometido com o esporte e seu crescimento... Por simples que seja, isso tem dado sentido e alegria para a vida das mais diferentes pessoas.

Não importa o quanto nos censurem, o quanto critiquem nossas metas ou quanto esforço dispendemos para alcançá-las. Não há como explicar a sensação de surfar um tubo perfeito em harmonia com as profundas raízes do esporte no Taiti, ou percorrer os caminhos da França e Espanha em comunhão com peregrinos que fazem o mesmo há mais de 1200 anos em busca de equilíbrio espiritual.


E do mesmo modo, não há como explicar os motivos pelos quais tantos de nós nos apaixonamos pela nossa própria jornada. Mais do que a forte adrenalina que sentimos ao acelerar um carro potente ou disputar uma corrida, estou falando de valores mais básicos e mais humanos.

Valores como a coragem para lançar-se, como o equilíbrio para estabelecer objetivos não tão fáceis que não cheguem a ter valor e nem tão difíceis que não possam ser alcançados. Determinação para buscar as metas mesmo em face da adversidade, humildade para saber vencer e serenidade para aprender também a perder.

E no final, compreender que a jornada no esporte é um espelho da nossa trajetória na própria vida e que os valores forjados pelas dificuldades da disputa serão aqueles com que iremos contar nos momentos mais difíceis da nossa existência.

E a satisfação da vitória? Bem, essa é fácil. Basta olhar a foto no início da postagem!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

The shape of things to come


Quando iniciei esse blog, há pouco mais de um mês, não imaginei que em tão pouco tempo eu conseguiria postar tanto conteúdo e que esse conteúdo faria tanto sucesso. De fato, quando o blog fica alguns dias sem atualização, os leitores começam literalmente a reclamar, seja online ou pessoalmente.

Notei também, que existe a demanda por diversos tipos de texto diferentes e que as conjunturas do próprio meio estão começando a mudar. Lentamente, mas acredito que está acontecendo mesmo. Vejo a AD mudando, vejo a arrancada mudando e vejo minhas perspectivas mudando. E vejo tudo isso interligado.

É com grande satisfação que vejo a AD cada dia maior e melhor, mostrando que mudança na AD corresponde à evolução. Mas apesar do otimismo que estou começando a nutrir pelo futuro da arrancada, não posso deixar de lembrar de todos os episódios lamentáveis que vivi pelo caminho de 2006 até aqui no mundo desse esporte, dos golpes baixos, da covardia e do profundo egoísmo que existe nesse meio.

E também de que no final, tudo vai acontecer conforme tudo acontecer, pois não importa o que façamos, sempre vai existir gente para fazer racha na rua, sempre vai ter gente querendo explorar o esporte financeiramente e sempre vão existir outros problemas de todas as espécies. Mas isso, é claro, não é motivo para desistir, apenas para lembrarmos, como na música do Audioslave, que não temos o controle das coisas que virão. E que apesar disso, jamais podemos desistir de moldar o nosso futuro.

Então, resolvi aderir à moda que está pegando na nossa rede de blogs e fazer um post misterioso. Para acompanhar as mudanças que lentamente se desenham no cenário, vou fazer também algumas mudanças por aqui.

Por enquanto não vou dar mais detalhes, para fazer um pequeno suspense.

"Break down in the shape of things to come
But I'm moving on like a soldier
And I'll say it now, when all is said and done
It's not ours to break the shape of things to come"

"Eu não tenho o controle das coisas que virão
Mas sigo em frente como um soldado
E digo agora, quando tudo já foi dito e feito
Não somos nós que impediremos
As coisas que virão"

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

(DES)ACELERANDO


Muito se fala por aí sobre as grandes qualidades da inovação. Dizem que ela se traduz em vantagem competitiva, como o efeito solo no F1 de Colin Chapman que colocou a Lotus muito a frente da concorrência, ou que pode fazer milionários da noite para o dia como por exemplo Shawn Fanning que criou o Napster, colocou o termo "P2P" no dicionário das pessoas comuns e mudou o mundo da música, tudo isso de dentro de um dormitório de faculdade.

Estar na vanguarda é o que desejamos e sempre será bom para nós, correto?

Nem sempre. Existem inúmeros casos comprovando que ser adepto de uma filosofia excessivamente retrógrada leva apenas à mediocridade, porém estar à frente de seu tempo pode oferecer riscos muito maiores. Um dos mais célebres exemplos dessa situação remonta à história de Galileu Galilei, que teve toda a sua obra proibida e perdeu a liberdade por estar entre os primeiros que sustentavam que a terra girava em torno do sol.

Isso todo mundo sabe. O que escapa à alguns, é que tal tratamento Galileu só recebeu por ser amigo pessoal do papa. Quem levou a pior mesmo foi um camarada chamado Giordano Bruno, que foi queimado vivo por defender as mesmas idéias.

Desde o dia em que eu comecei a procurar patrocinadores oferecendo a exposição da marca deles em 20 carros e comecei a procurar vinte carros oferecendo aos pilotos os prêmios de cinco patrocinadores (naturalmente sem ter nenhum carro à não ser o Civic do T.O. Castro e muito menos um patrocinador a não ser eu mesmo através da Sprint) que tenho sentido que a AD vem pegando velocidade demais.

Seja no momento em que oferecemos para os rachadores de rua uma oportunidade para se tornarem pilotos de verdade, quando a maioria deles não estava pronta para isso (e hoje sei que muitos jamais estarão), ou no dia em que tentamos mostrar à federação que o futuro das provas de arrancada estava nos carros de rua, quando a decisão deles foi afastar os amadores, através da cobrança de uma carteira de piloto profissional.

Seja no momento em que tentamos mostrar aos preparadores que o sistema por tempos era uma grande vantagem para eles, pois aumentava e qualificava sua clientela, quando eles o rejeitaram e desincentivaram seus clientes a correr pela AD, ou quando criamos o regulamento simples e inovador da PRO, do qual todos por aqui reclamaram, enquanto nos EUA a extremanente bem sucedida ADRL adotou um livro de regras que poderia ser um clone do nosso.

Em todos esses momentos, sinto que para puxar um grande grupo adiante não se pode correr rápido demais.

Por outro lado, eu sempre busquei dar o exemplo. Jamais fui daquelas pessoas cujo lema é: "Faça o que eu digo, não faça o que eu faço". E esse método tem se mostrado mais eficaz. É mais razoável pedir para uma pessoa caminhar com você por uma trilha que você já conhece, do que pedir a ela que siga através do caminho ainda obscuro e desconhecido da extrema vanguarda.

Enquanto muitos tinham diversas teorias sobre como se deveria montar um motor, ou qual motor se deveria montar, eu troquei uma scooter que possuía por um motor GM 16v, que eu desmembrei e montei o cabeçote sem nenhuma modificação no meu Kadett, com a ajuda de meu irmão. Isso funcionou muito bem e o carro, apesar da precariedade em que foi para a pista, conseguiu o tempo de 12,2 nos 402 metros, o que naquele momento era um tempo respeitável.

Consequencia disso foi que meu amigo RaFASTra que possuía um carro com o mesmo motor, viu como aquilo era simples, barato e dava resultado. Resolveu então ele próprio fazer a mesma coisa (com todas as suas habilidades profissionais de ADVOGADO) em seu Astra 1995. Ao ver o RaFASTra feliz da vida com seu Astra, seu vizinho João Timmers resolveu comprar um carro igualzinho ao dele e seguir o mesmo caminho. Já o CCCA e o Gustavo, também advogados, ao verem que o Rafa estava montando um carro ele mesmo na garagem do condomínio e ainda ajudando o Timmers, também resolveram se aventurar na empreitada contando com a ajuda do Rafa e daí surgiu o projeto 147. Ao ver o sucesso desse projeto, nosso amigo Carlo também foi em busca de um 147 para acelerar na pista e assim numa sucessão que ninguém poderá jamais prever onde acabará.

Eu considero essas pessoas corajosas, pois ao seguirem o exemplo de amigos, foram contra a maioria dos preparadores e "entendidos" que diziam que para performance só serve motor AP e que "piloto de verdade" não corre pela desafio. Mas mesmo entre os corajosos, há um limite que é determinado por uma infinidade de causas que são diferentes para cada indivíduo. Do orçamento e das prioridades pessoais até as inseguranças de cada um, existe um revolto mar de dúvidas e idéias. E em momentos de tempestade, nada melhor que um caminho seguro para terra firme.

Como grupo, temos indiscutivelmente andado na vanguarda da arrancada, mas muitas vezes isso fez com que fôssemos incompreendidos e vistos até como uma ameaça, quando tudo o que sempre quisemos foi fazer crescer o esporte, as provas, o mercado... Trouxemos muita inovação para um universo muito conservador.

É interessante olharmos para o futuro da AD em 2009 e observarmos se talvez, do mesmo modo que um carro muito potente que arranca com muita vontade, não seja o caso de tirarmos um pouco o pé do acelerador, parando assim de patinar e consequentemente andando mais rápido.

Nossos maiores sucessos tem se dado através do nosso exemplo e talvez esse seja mesmo o melhor modo para conquistarmos cada vez mais o nosso espaço, a nossa evolução e o nosso crescimento. Não digo com isso, que devamos parar de criar inovações ou de pensarmos de uma forma não convencional. Mas sim que podemos mudar o foco de nossas iniciativas dos outros, para nós mesmos. Buscarmos valorizar o nosso campeonato, o nosso fórum, o nosso grupo, os nossos carros e consolidarmos assim ainda mais a nossa forma de fazer as coisas.

Hoje a AD já é forte o suficiente para isso.

domingo, 7 de dezembro de 2008

FLTD: Boas previsões para 2009

Bem, como sabem, eu tenho falado tanto sobre o que não funciona na arrancada, que em alguns momentos até esqueço o quanto gosto e o quanto acredito nesse esporte. Então resolvi falar um pouco sobre algo que parece ser uma boa promessa para a evolução da arrancada em um futuro próximo.

Existe uma categoria que dá sinais de estar começando a desenvolver os requisitos necessários para finalmente dar o grande passo para o profissionalismo. São carros de performance impressionante, que guardam suficiente similaridade com os modelos de veículos de rua que lhes dão origem, de modo que o público na arquibancada pode se identificar com eles. Há uma grande competitividade e a preparação é levada ao limite, ao contrário do que vemos em muitas das categorias rápidas.

Essa categoria chama-se Força Livre Tração Dianteira. Nela podem competir carros nacionais, com motor de 4 cilindros. O tipo de chassi é o que internacionalmente se convencionou chamar de "unibody dragster" ou "carro de arrancada de monobloco". Isso significa que o carro é baseado em um monobloco de produção normal, como os que temos em nossas garagens. As modificações no chassi são restritas. Os pneus são específicos para arrancada e a preparação do motor original do veículo é totalmente livre.

Essa combinação de fatores dá origem à carros relativamente acessíveis à qualquer equipe, mas com uma performance impressionante. Os veículos percorrem os 402 metros em cerca de 9 segundos e atingem nesse espaço a incrível velocidade de 260 km/h. Esse rendimento é similar ao de um F1 nessa distância.

Além disso, temos nomes interessantes nessa briga:


João Roberto Tasso, conhecido como "Tiozinho" com o Gol da equipe Sapinho Câmbios Especiais tem se firmado como o melhor carro da categoria. Suas participações tem sido marcadas pela constância nos 9 baixos, poucas quebras e constante evolução. Essa combinação tem garantido muitas vitórias, inclusive a do campeonato Velopark 2008. Atualmente, entre performance, constância e resultados, é o melhor carro da FLTD.


Javier Di Maio, o argentino que compete pela equipe Viturro de Buenos Aires traz também um carro rápido e constante nos 9 baixos. Ele pilota uma Saveiro que foi exclusivamente construída para vencer brasileiros no Brasil. Já conseguiu isso uma vez e ninguém duvida que é capaz de repetir o feito. É conhecido por sua velocidade final muito alta e respeitado pela grande potência do motor.


Felipe Johannpeter, o homem-Velopark já investiu uma soma obscena em seu Golf (boatos afirmam mais de R$ 500 000) , com o intuito de ser o mais rápido na FLTD. A equipe já disputou na SSTD (carros de preparação liberada sem sobrealimentação) e venceu tudo, estabelecendo um recorde anos-luz à frente da concorrência. A FLTD vem se provando uma categoria mais disputada e o carro ainda não é constante nos 9 baixos como seus concorrentes. Contudo, em uma boa puxada Felipe e a equipe conseguiram o recorde da categoria e entraram para a história ao colocarem o primeiro carro de tração dianteira no Brasil nos 8 segundos.


Valmor Menegatti Junior, ou simplesmente "Juninho" venceu a última prova no Velopark. O carro ainda não apresentou uma performance igual aos carros de primeiro escalão, mas foi boa o suficiente para estar na pista e disputar contra os melhores. Confiabilidade é um fator muito importante em provas do tipo mata-mata e com essa vitória, Juninho mostrou que pode ter performance para competir entre os primeiros e confiabilidade para vencer. Basta agora aguardarmos as próximas participações, para vermos se mantém a qualidade.


Alguns outros pilotos possuem resultados na casa dos 9 segundos, mas não há dúvidas de que o carro mais esperado é o Vectra de Cacá Daud. Projetos e promessas são frequentemente alardeados no meio, mas o fato é que 90% desses carros nunca chegam a apresentar resultados expressivos e alguns sequer chegam a ficar prontos. Contudo, com o Cacá é diferente. Ele é um dos pilotos mais respeitados da arrancada no Brasil e tem um retrospecto invejável na STTD-A (carros "de rua" turboalimentados com tração dianteira). O carro está em construção e motor para ele não é problema. Cacá desenvolveu um dos motores mais confiáveis e potentes da STTD-A, tendo entrado para a história como o primeiro carro da categoria a andar nos 10 segundos e estabelecendo um recorde que até hoje a concorrência não chegou nem perto.

Essas pessoas estão entre as mais combativas da arrancada e seus carros estão em um nível de performance que merece respeito. O futuro dessa categoria deve reservar batalhas entre motores longitudinais e transversais, entre VW e GM e até entre Brasil e Argentina. Estes ingredientes devem trazer uma atenção crescente do público e da mídia para essa categoria. Outros grandes nomes deverão ser atraídos pelo brilho que promete a categoria para 2009 e as disputas devem se tornar ainda mais interessantes.

Se a categoria conseguir suficiente desenvolvimento e equilíbrio, tem tudo para ganhar a atenção do público como o principal grupo da arrancada no País.

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