sábado, 14 de julho de 2012

Davi Lai e sua inominável Brasília turbo



Vivemos uma cultura automotiva contemporânea que em grande parte é feita de termos. Pra tudo tem um nome e pra muitos estes nomes são sagrados. "Hot rod" não pode ser mais usado como em sua origem, para designar um carro envenenado. Somente pode ser aplicado para carros de determinada época e procedência.

Da mesma forma temos o "rat rod". Não é um termo que designa carros "ratões" (rat é rato) feitos com restos, mas sim uma palavra para definir carros que são montados cuidadosamente para "parecerem ter sido feitos com restos".

Mas e se o carro é realmente envenenado e feito com restos? Como chamá-lo? Resto-rod? Se você digitar isso no google, vai descobrir que esse termo também já foi "patenteado", para designar carros restaurados e envenenados, sendo o "resto" de "restoration", restauração em inglês.

Ou seja: O que o Davi Lai fez é, pelos padrões de hoje, literalmente inominável. Davi não quis fazer um carro que se parecesse com nada, (ainda que a frente tenha ficado estranhamente parecida com algum Citröen) só quis fazer um carro de corridas para acelerar em Tarumã.

Não há porque tapar o sol com a peneira, todos podem ver que Davi é um cara financeiramente humilde. E a Brasília... Bem, o aspecto visual da "brasa" é no mínimo um terror. Mas o que lhe falta em grana, sobra em determinação. Por bizarro que seja o visual da coisa, ela tem gaiola de proteção, motor turbo e recentemente até mesmo injeção eletrônica FuelTech.

E com os upgrades, os tempos vem baixando e chegaram a um nível tal que lhe conferiram respeito, pois não são apenas tempos bons "para um carro assim". São tempos mais baixos do que o da maioria dos competidores!

Assim a Brasília apelidada de "viper" (porque vai perdendo as peças) pelo próprio narrador do Racha em Tarumã e seu preparador/piloto angariam a simpatia dos espectadores. E a razão é simples: O Davi representa o fato de que qualquer pessoa com talento e determinação pode participar de uma corrida e ter bons resultados mesmo sem ter muita grana.

Davi é um personagem quase caricato: Para uns é apenas o piloto daquela Brasília medonha, mas para outros ele é quase um herói, exemplo de determinação, raça e inventividade.

Para mim, nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Apenas um cara comum, que assim como todos os outros trabalha com aquilo de que dispõe e está lá para mostrar que existem muitas maneiras de fazer as coisas, atingir resultados e conquistar a simpatia do publico e o respeito dos outros competidores.

Se você quer ver como o nosso anti-herói vai se sair contra os outros competidores, vá para Tarumã no dia 05 de agosto e assista o Desafio 250, pois ele já está inscrito!







quarta-feira, 11 de julho de 2012

Você sabe o que é match race?



Douglas Carbonera e Luciano Nichetti vão correr um match race em Tarumã, no dia 5 de agosto, no DESAFIO 250. Mas... Você sabe o que é match race?

Match race nada mais é do que um acelera com data marcada. É quando dois pilotos se desafiam para uma arrancada, um verdadeiro racha, só que dentro de uma pista de competição. É a essência da arrancada, é o que deu origem ao esporte.

E você sabe quem são Douglas Carbonera e Luciano Nichetti?

Se você conhece arrancada, no mínimo já deve ter ouvido falar esses nomes. São dois pilotos bastante conhecidos e donos de diversas vitórias e recordes nas competições por categorias. Além disso, os dois juntos foram pioneiros ao formar uma equipe para competir fora do Brasil, com Carbonera nos bastidores e Nichetti ao volante do Chevy Cobalt, um 4 cilindros com cerca de 1400 cv de potência que é um dos carros de tração dianteira mais rápidos do mundo, andando na casa de 7 segundos baixos em 402 metros!

Cobalt com a bandeira brasileira: Correndo nos states.

No Brasil, Luciano é mais conhecido por pilotar carros da categoria Força Livre Dianteira. Seu Gol atingiu marcas na casa de 9 segundos baixos.

Gol força livre de Nichetti
Douglas por sua vez é o homem dos Opalas, como não poderia deixar de ser, já que o cara é da serra, tradicional reduto de gringos opaleiros. Montou um belíssimo Opala turbo amarelo que chegou a andar na casa de 8 segundos pela extinta categoria Stock. Além disso, também possui um Opala aspirado, com o qual competiu e venceu provas na categoria STT e até fez uma participação na ND2 no ano de 2010.

Opala turbo monstro de Carbonera
Carbonera correndo em Tarumã na ND2 em 2010: Foi bem, mas abandonou.

E os dois amigos começaram de brincadeira uma provocação, que surgiu da rivalidade natural dos turbeiros com os opaleiros. A brincadeira foi crescendo e foi marcado o match race. Luciano Nichetti irá competir com um Audi S2 4x4 turbo de 5 cilindros e Douglas Carbonera com uma C10 de 6 cilindros aspirada com nitro. Apesar de nenhum dos dois pretender participar com suas "top guns", no decorrer das provocações online algumas coisas interessantes começaram a acontecer...

C10 6 cilindros aspirada com nitro
Audi S2 5 cilindros 4x4 turbo
Ambos carros estavam montados, prontos para andar. Mas nenhum querendo perder para o outro, começaram as modificações. Foram surgindo fotos e mais fotos de turbinas, bielas, carburadores, garrafas, embreagens, pneus... Todas as armas possíveis e imagináveis para não perder a batalha.

Carburadores e nitro para a C10
M/Ts gigantes para a C10
Embreagem gringa para a S2
Turbinão, pistões e bielas para a S2
 Se tornou uma guerra de ideologias, cada um apostando no tipo de carro que gosta e na preparação em que acredita. E quando as coisas chegam a esse ponto, a derrota começa a doer. E assim mesmo é que deve ser, pois não se vai a uma corrida para medir um tempo, mas sim para sentir-se vivo. Perder para um carro similar pode ser a derrota da pilotagem ou da preparação. Mas perder dessa forma é a derrota moral de tudo aquilo em que se acredita como piloto, como hot rodder e em ultima instância, como pessoa.

Quando as coisas chegam nesse ponto, não há vitória ou derrota apática. O que quer que ocorra, será intenso e ficará para sempre na memória não só dos dois, mas de muitos outros que estarão vendo a mais genuína forma de competição de arrancada que existe: Competir por aquilo em que se acredita.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Quem manda em Tarumã?


Bem, todos sabemos que o chefão do autódromo é o Pimentel. Mas e dentro da pista de arrancada, quem dá as cartas?

Existem várias competições na reta de Tarumã e cada uma delas tem muitos vitoriosos diferentes. Mas a mais aguardada é sempre o TOP16 ilimitado, onde correm todos os tipos de carro uns contra os outros, sem nenhum tipo de separação por categoria. Já foram realizados 15 TOP16, sendo 9 em Tarumã. E aqueles que já venceram estão sempre entre os favoritos, pois já conhecem o caminho da vitória em eliminatórias.

Entre eles estão:

Rafael "gringuinho" Andreis: Venceu 3 TOP16, no Velopark, Guaporé e Tarumã

Sergio "Professor"  Fontes: Venceu  3  TOP16, dois no Velopark e um em Tarumã

Rafael "RaFASTra" Pires: Venceu um TOP16 no Velopark

Anderson "Boca" Martins: Venceu um TOP16 em Tarumã

Valdenir "Véio" de Borba: Venceu um TOP16 em Tarumã

Braulio Rocha, o "showman": Venceu um TOP16 em Tarumã

Daniel Machado: Venceu um TOP16 em Tarumã

Outro que já venceu um TOP16 é o Daniel "Pipino" Moresco, mas este ainda não confirmou sua inscrição. Entretanto todos acreditam que ele deverá correr.

Dos campeões que estão em atividade, todos irão participar do DESAFIO 250. Será que algum deles vai conseguir o feito inédito de conseguir o segundo título no templo da velocidade e mostrar que manda na reta de Tarumã?

Em quem você aposta?


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Não fuja XIII


(Esse só vale com o Jason Bourne ao volante)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

O verdadeiro sabio não tem todas as respostas. Ele apenas sabe as perguntas certas.



Você entende tudo de arrancada, certo? Já correu em algumas provas, possivelmente até já venceu alguma competição, quem sabe até ja foi recordista! Sabe tudo o que há para saber sobre as categorias, regulamentos, distâncias das fotocélulas, compreende até mesmo a interação entre as parciais...

Mas novamente eu pergunto: Será mesmo que isso é tudo o que há para saber? Aqueles que quiserem obter bons resultados no DESAFIO 250 precisarão saber um pouco mais.

Além de tudo isso, o verdadeiro piloto de eliminatórias tem de conhecer algumas outras coisas, como por exemplo os pormenores do alinhamento no pinheirinho. Você sabe o que significam as expressões "alinhar fundo" e "alinhar raso"? Sabe o espaço que você tem para alinhar o carro mantendo as luzes de stage e pre-stage acesas ao mesmo tempo? Sabe quais variáveis interferem nesse espaço? Sabe que é possível queimar a largada rodando para trás?

Detalhes como esses não tem tanta importância numa corrida por tempos, mas são cruciais na competição mata-mata.

Aliás, falando nisso, você sabe que no DESAFIO 250 os treinos e classificatórias são realizados com o pinheirinho "sportsman" mas que na hora do SUPER16 e TOP16 o pinheirinho usado é o "pro tree"? E você sabe a diferença entre os dois? 

E já que mencionamos as classificatórias... Você sabe que quanto pior for a sua posição no treino classificatório você vai competir na primeira rodada com carros mais difíceis?

Você sabe que dentro das eliminatórias o carro com tempo combinado mais baixo tem o direito de escolher a pista para a próxima rodada?

Para vencer um TOP16 a receita é fácil: Andar rápido, não quebrar, não queimar e ter reações baixas. Agora, como cada piloto pretende executar essas tarefas, vai depender entre outras coisas, de quanta informação ele tem.

Portanto, fique ligado pois uma grande vitória tem seu alicerce em pequenos detalhes.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

UNDERGROUND vs MAINSTREAM


"As luvas de boxe foram introduzidas em 1743, por um lutador inglês, arrependido de ter provocado a morte de um adversário. No início eram de uso obrigatório apenas para amadores, mas com o tempo e a evolução do esporte foram adotadas também pelos profissionais.

Antigamente, na época do boxe sem luvas, as qualidades mais apreciadas nos pugilistas eram sua coragem, determinação, dureza, e resistência para aguentar 25 ou mais rounds nas lutas conhecidas como prize fightings. E esses valores não eram compatíveis com o uso de luvas."

Ainda que um combate sem luvas seja brutal a ponto de ter se tornado quase inaceitável nos dias de hoje, houve (e ainda há) quem achasse que as luvas diluiram a essência do boxe. E a decadência que este esporte vive atualmente talvez revele que essas pessoas não estivessem totalmente erradas.

Mas boxe? Aqui? O que tem a ver?

Bem, explico: A arrancada como esporte no Brasil seguiu por um caminho ideológico similar. Sua essência de disputa direta foi modificada para corrida contra o relógio. Mesmo que seja uma forma válida de competição, não se pode negar que é uma totalmente diferente da original.

Outra coisa que também não se pode negar, é que no Brasil, os pilotos de arrancada tradicional tem as melhores marcas, são mais conhecidos e muito bons na sua forma de competição. Entretanto, estão acostumados a "lutar de luvas".

Então vem a inevitável pergunta: E se eles corressem como antigamente? Lado a lado e quem perde cai fora? Sem chance para erros, sem chance para quebras. Pilotos suportando a pressão e carros suportando o castigo...Será que eles aguentariam?

É surpreendente, mas estamos prestes a descobrir!

O DESAFIO 250 em Tarumã está causando uma revolução na arrancada do sul do país. 150 pilotos preencheram todas as vagas com mais de um mês de antecipação, para competir sem categorias em disputa direta uns contra os outros.

E o mais incrível é que entre eles temos os locais, não tão conhecidos, mas orgulhosos e bem versados na arte de disputar eliminatórias. Assim como bons pilotos que já conseguiram marcas extraordinárias com seus carros em competições de arrancada tradicionais. Estes últimos terão a coragem de tirar as luvas e entrar no ringue...

Se arrancada fosse boxe, Tarumã seria um belo ringue de grama e o DESAFIO 250 seria uma feroz disputa de prize fighting, onde a única forma de encerrar uma corrida é com um vencedor e um perdedor.

A dúvida é: Em quem você aposta?





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