sábado, 21 de fevereiro de 2009

Não é bem assim...

Na última quarta-feira ocorreu o jogo do Internacional contra o União-MT, em Rondonópolis no Mato Grosso pela Copa do Brasil. Essa competição é particularmente interessante pois seu formato permite que muitos times menores tenham a sua chance contra as grandes potências do futebol brasileiro.

E o colorado está em forma, conforme saiu em matéria no site http://www.goal.com/ um dia antes da partida: "O time está em grande fase: faz a melhor campanha do Estadual, com seis vitórias e dois empates. A qualidade do elenco colorado é indiscutível, e além disso alguns jogadores estão em fase fulgurante. São os casos do atacante Taison, de seu parceiro Nilmar, do volante Magrão e do meia D’Alessandro, além do próprio Alex."

E não é só isso. Para fazer do ano do centenário uma data memorável, o Inter resolveu levar a sério: A delegação viajou para Rondonópolis na terça-feira em voo fretado com o objetivo de ganhar um dia de descanso. Segundo o goal.com, numa viagem convencional o custo seria de R$ 45 mil e o voo fretado custou R$ 150 mil. Isso demonstra que o Inter se preparava para jogar cada partida como se fosse uma final.

A idéia era vencer já por 2 gols de diferença evitando a inconveniência de um jogo de volta em Porto Alegre, que obrigaria o time a abrir o Beira-Rio para uma partida contra uma equipe pequena, com pouco apelo para a torcida e boas chances de prejuízo. Em suma: O inter foi ao Mato Grosso para livrar-se rapidamente do União-MT e seguir seu caminho rumo à vitória da competição que iria coroar o ano de seu centenário.

Contudo, do outro lado da linha do meio de campo havia também um time. Um time cujo retrospecto era de frustrantes 9 participações na final do campeonato estadual sem nenhuma vitória. Exatamente: Nove vice campeonatos em nove tentativas! Curiosamente, 9x0 também foi o placar de sua partida de estréia quando perdeu para o Mixto de Cuiabá, em 1973. Dizem que o estádio do União, o Eng. Luthero Lopes é o maior do Mato Grosso pois o time está há 35 anos tentando dar a volta olímpica e não consegue completá-la.

Para piorar ainda mais a situação, o novo técnico da equipe desembarcou em Rondonópolis apenas na tarde de terça-feira. Sem tempo para se preparar o treinador avisou que não faria mudanças no time, comandado na última partida pelo gerente de futebol do clube.

Antes do início da partida, jogadores e o técnico do Inter deram entrevistas comentando que qualquer time (até o União-MT) merece ser tratado como adversário e que entrariam em campo para jogar sério.

Começa o jogo. De um lado estão Nilmar, Taison, D'Alessandro, Magrão e Alex, todos grandes nomes do futebol atual. Do outro o zagueiro veterano Odvan e mais 10.

O União se esforça para manter o domínio da posse de bola. Em alguns momentos os jogadores participam dos lances desajeitamente, mostrando de forma clara que aquele não era um time da categoria do Inter. Maurício Saraiva, o comentarista da RBS passa todo o início do primeiro tempo chovendo no molhado, exaltando as qualidades do Inter e o objetivo de varrer o União da Copa do Brasil ali mesmo, vencendo pela diferença de dois gols. Explicando que o Internacional era o maior candidato ao título da competição, seguido por Corinthians e Flamengo, sequer levando em conta que EXISTIA o time do União dentro daquele campo.

Enquanto isso no gramado eu via outro jogo: Os "Odvan's Eleven" corriam atrás de cada bola, fechavam a defesa e faziam o possível com a habilidade de que dispunham. Se o primeiro jogo era em teoria uma final para o Inter, ele o estava sendo na prática para o União.

Quando a bola caía nos pés dos jogadores colorados ela fluía de pé em pé, com classe pelo gramado. Por mais que o Inter não estivesse em grande apresentação, cada vez que recobrava a posse de bola ficava evidente a diferença entre a qualidade e o potencial dos dois times. Mas nada de gol. E se o Inter avançava com categoria, o União avançava aos trancos e no final das contas o jogo estava equilibrado.

No futebol quem não faz leva e foi o que aconteceu. Em um cruzamento, aos 34 do segundo tempo Diogo finalizou e colocou o União em vantagem. E esse foi o placar final.

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No II Open Night, na quinta feira anterior ocorria coisa muito parecida. Eu mais uma vez sentado na arquibancada, aguardando o início do campeonato da AD, tive a oportunidade de assistir vários carros passarem. Carros bons, bonitos, caros. Muitas peças importadas ou de grife. Várias "combinações perfeitas" ou "conjuntos de categoria", assim como o time do Inter.

E lá os tempos iam pela casa dos 13 altos, 14 segundos... Cabeçotes multiválvulas, pneus importados escolhidos a dedo, rodas especiais, turbinas caríssimas, alta cavalaria, preparadores famosos... E nada de resultado. Dava para ver que em alguns momentos os carros conseguiam deslanchar por um certo trecho da pista sem patinar, sem embaralhar, sem dar pití... Nesses momentos percebia-se que realmente havia qualidade ali dentro. Mas nada de resultado no placar.

Enquanto isso, vários carros bem mais simples iam lá e espetavam tempo em cima de tempo na casa dos 12, com muito menos glamour e muito mais resultado. Quando um carro vai para a pista, ele vai para acelerar. Não importam as peças, o preparador ou o valor que foi gasto. Cada corrida é uma disputa e o único potencial que conta em competição, assim como ocorreu no jogo do Inter x União, é o potencial REALIZADO.

É certo que a grande probabilidade é que agora o União venha jogar em Porto Alegre e perca para o Inter, que sem cometer os mesmos erros deve seguir em frente na competição. No final o Inter é um time muito superior e se fizer tudo certo a chance do União é muito pequena. Mas naquela noite em frente a sua fiel torcida a equipe do União soube buscar as forças para derrotar um grande time como o Internacional.

NAQUELA NOITE a vitória foi deles.

E não é disso que é feita a vida? Um jogo, uma corrida, uma vitória... Um momento de cada vez?

3 comentários:

  1. PERCO PRO TAL DE RONDONÓPOLIS MAS NÃO PERCO PRO TEU TIMINHO MICHURUCA!!(Ou seria mixuruca??...hahahah...sei lá!) DÁ-LHE INTER! CAMPEÃO DE TUDO!

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  2. A postagem não era sobre futebol, era sobre as pessoas que estão na chuva para se molhar.

    Sobre aqueles que vão pra pista e dão o seu melhor. Assim podendo em algumas oportunidades até vencerem carros de maior qualidade e investimento, pela força de vontade e dedicação.

    O Inter ou o Gremio sendo campeões do Brasil, da américa ou do mundo não enchem a arquibancada do Velopark, não movimentam dinheiro para o setor das competições automobilísticas e não contribuem para que o NOSSO mundo progrida.

    O que faz isso acontecer é as pessoas que amam os carros saírem da frente da TV e darem as caras na pista, manterem seus carros em condição de uso e participarem ativamente dessa comunidade.

    Abraços

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  3. To sabendo, mas eu não podia perder de tocar uma flautinha, lembra que tu me chamou no msn dizendo q tinha feito uma postagem "pra mim"...hahahaha...e qto ao sair da frente da TV e colocar o carro na pista foi alguma indireta totalmente direta?...hahahahaha...

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