terça-feira, 30 de junho de 2009
Arrancada e racha.
domingo, 14 de junho de 2009
Arrancada amadora em Curitiba
Agradecimentos: Rodrigo Coutinho e Rodrigo Munhoz
sábado, 13 de junho de 2009
Um pouco de nostalgia...
Em meados de 2006, surgiu pela primeira vez a idéia de uma associação de pilotos amadores de arrancada. Mas diferentemente da maioria das associações de pilotos de automobilismo que sempre estão atrás de modificações nos regulamentos, o que esses amadores queriam era simplesmente correr na pista, da mesma forma que corriam na rua.
Essa simplicidade de propósito no entanto, ocultava coisas muito maiores. Naquela época não se sabia, mas esse grupo estava resgatando o espírito do esporte: Competição lado a lado, ou heads up, como dizem os inventores do esporte. Tudo o que queríamos era competir uns com os outros, nas velhas regras da rua.
Dentro de pouco tempo o Complexo Cultural do Porto Seco - o famoso sambódromo - estava lotado de carros e pessoas para assistirem as disputas. Naquele momento foi iniciado um grande movimento por parte dos preparadores, das pessoas que gostavam de acelerar e até das que assitiam, em prol de uma arrancada de carros de rua dentro da pista.
O clima fervia! A cada prova os tempos baixavam mais e nas semanas que corriam entre as competições ficava-se sabendo que várias pessoas estavam preparando "surpresas". Ouvia-se de tudo, desde aqueles que respeitavam os carros que estavam andando na frente, até alguns mais confiantes, que achavam que bastava se inscreverem para terem a vitória no bolso, tamanha a suposta superioridade de seus carros. Mas como em todo bom esporte, quanto maior o salto alto, maior era o tombo!
Para nós especialmente, foi uma grande época. Competíamos com o que tínhamos e inventávamos novas soluções a cada prova, sempre baixando o tempo. Cada vez que o carro ia para a pista, era uma grande expectativa para saber se o motor iria sobreviver. Começava já pelo burnout: Quem já viu um VTI fazendo o rolo pode achar que tem uma idéia do que eu estou falando, mas o Civic 07 era bem diferente. Quando alinhava para esquentar pneus, com seu cano de escape reto, nitrando a quase 9000 rpm, a arquibancada inteira quase ficava surda.
A cada prova usávamos mais nitro e o barulho do motor ficava cada vez mais alto. Me lembro de ficar na arquibancada superior, ouvir o motor do Civic e pensar: "Agora vai botar tudo para fora"... Fazíamos o possível para isso não acontecer, mas há muito tempo o nível de potência do carro já tinha passado do razoável para um motor completamente original.
Os antigos adversários da rua foram ficando para trás...
E até hoje o melhor tempo do Civic no sambódromo ainda é uma marca de respeito para carros sem pneus slick. Se considerarmos que não era turbo, funcionava a gasolina e com o motor original, então o feito parece ainda mais impossível. Mas é tudo verdade.
...e novos desafiantes surgiam a todo o momento, como esse Gol de um piloto de arrancada local, mais conhecido por andar na FLTT e Turbo A.
Nas pistas T.O. Castro e seu Civic VTI de número 07 ganharam muitas puxadas e também foram os mais rápidos do dia muitas vezes. A concorrência sempre chegava perto, superando as melhores marcas antigas do carro, obrigando-nos a sempre evoluir.
Mas foi em 2006 que aprendemos que a arrancada é um esporte que não se disputa só nas pistas. O que acontecia nas oficinas e nas garagens era tão ou mais importante do que o dia da corrida em si. Era preciso pensar, trabalhar, modificar e criar soluções para fazer o carro não perder o domínio da competição e os adversários estavam muito melhor equipados! E quebrar também não estava nos nossos planos...
Enquanto estávamos na oficina quebrando a cabeça e as costas para tentar extrair cada pingo de performance que o carro poderia dar, os adversários perdiam o tempo e o foco acelerando na rua. Assim, foi rapidamente que esses adversários ficaram para trás e logo começaram a surgir turbos forjados, carros 4x4, V8 e toda a sorte de outros oponentes tecnicamente mais fortes. Foi realmente uma época muito empolgante.
Civic 07 contra o Maverick turbo de Jean Carlo: Polêmica no Youtube. Hoje Jean vira na casa dos 7 segundos nos 201 metros com o carro pela Associação Desafio.
Finalmente, quando o ano estava quase acabando, a concorrência veio realmente forte. O Civic conseguiu o tempo de 8,4 nos 201 metros do sambódromo, mas não foi suficiente. Três carros 4x4 entraram na disputa: Um Lancer Evolution preparado, uma Audi S2 modificada e um Eclipse GSX. O Civic ainda brigou bem, mas no final do dia ficou atrás da Audi e do Eclipse. Ainda que não tenha sido um grande consolo, ao menos a vitória se manteve na nossa equipe, com grande emoção no final, mas essa história fica para uma outra vez...
O importante é que apesar de não ter existido um campeonato da AD em 2006, podemos considerar que T.O. Castro foi nosso "Campeão Honorário" pilotando o Civic 07. Naquele ano os dois dominaram totalmente as provas e até hoje o Civic ainda é um ícone da Associação e suas marcas, até bem pouco tempo ainda estavam em nível de competir pela ponta, apesar dos anos parado.
Se você quiser ter uma idéia de como eram os dias em 2006, assista o vídeo abaixo:
Um pouco do dia a dia na oficina entre uma prova e outra.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
A César o que é de César...
Teremos em breve uma estrutura invejável para o esporte. Pela primeira vez a arrancada terá mais praças que o automobilismo de circuito. Em breve teremos um número suficiente de pistas para existir um campeonato brasileiro de arrancada, mas um campeonato de verdade, não como os que existiram até hoje. Um campeonato que tem tudo para se tornar fenomenal.
Teremos, como já disse, as novas pistas de 402 metros, com cronometragem padrão internacional. Teremos provas nos lugares mais distantes, nas quais estará presente o elemento da rivalidade entre os estados, o que é um poderoso atrativo para o público. E teremos os carros... Que carros?
A arrancada hoje vive de uma estrutura de múltiplas categorias, que englobam pilotos das mais diferentes condições financeiras, que limitam o tipo de carro que cada piloto pode trazer para a festa. Desde veículos específicos para o esporte, avaliados em algo perto de um milhão de Reais, até simples e comparativamente baratíssimos, carros "de rua".
Mas o Brasil é um país de dimensões continentais. Viagens com o equipamento e a equipe custam, para aqueles pilotos menos providos, uma verdadeira fortuna. Uma temporada de um campeonato nacional em um país de dimensões como o Brasil pode custar muito dinheiro.
A verdade que todos sabem mas ninguém tem a coragem de dizer, é que nem todos os pilotos estão no mesmo nível. Alguns trabalham com um orçamento milionário e outros com apenas alguns "trocados". Para um piloto de dragster o custo das viagens é uma fração pequena do orçamento, mas talvez para um piloto de uma categoria bem mais lenta, o custo supere em muitas vezes o orçamento do ano.
Fica claro que um campeonato brasileiro não é para todos. E de nada adianta um campeonato brasileiro no qual somente os pilotos locais disputem a etapa de sua região, pois assim não seria nada além de um campeonato de provas locais.
Então qual a solução?
Bem, sinceramente essa questão cai muito fora do meu espectro de atuação. Eu apenas olho a estrutura que existe e fico pasmo ao imaginar que alguém em sã consciência possa achar que é possível fazer um campeonato brasileiro com a divisão por categorias que hoje existe.
Mas porque estou tratando desse assunto, que é um problema para daqui a dois ou três anos?
Porque esse é um problema dos profissionais e dessa vez é sem aspas mesmo. Toda essa nova estrutura física do esporte, todos esses empreendimentos, terão de interagir entre si e organizar uma forma de competição real, que empolgue o público, ou então realmente vai existir uma crise financeira real e concreta no esporte.
Isso não é problema para pilotos amadores que correm por prazer. Isso não é um problema da Associação Desafio.
Muito se tem falado sobre a Associação Desafio agir profissionalmente, buscar uma forma viável de competição que tenha apelo ao público e resgate a alma do esporte, que foi perdida nesse atual sistema de "concurso de tempos" e essa danosa cultura do recorde.
Muito se tem falado do orgulho dos pilotos amadores em fazerem parte de um grupo organizado que recebe o reconhecimento do Velopark e de todo um círculo amador das arrancadas como espectadores já fidelizados, patrocinadores e os próprios pilotos que participam das provas.
Pois bem, que fique então claro: A Associação Desafio é, e se orgulha de ser uma entidade amadora e não tem a pretensão de ser a salvação de nada, muito menos de um esporte que é enorme e cresce a cada dia mais. A Associação Desafio sempre trabalhou duro para que exista uma base organizada para o esporte, que é a arrancada amadora. E nisso, está obtendo um grande sucesso, através da persistência, do trabalho, da visão e do planejamento.
Contudo, há uma outra questão. Não adianta dar a César o que é de César, se ele não consegue se organizar para receber. A arrancada dita profissional está aí e não dá sinais de que irá se organizar para enfrentar as novas condições de MERCADO que já estão se apresentando hoje, mas deverão ficar muito mais intensas no médio prazo.
O pacote de entretenimento é fraco e se atrai algum público, é por conta de a arrancada em grandes dragways ser uma novidade. Mas em algum tempo esse fator se dissipa e será preciso um evento que forneça atrações mais sólidas para manter as arquibancadas cheias. Além disso, o formato atual é demasiadamente confuso e inapropriado para transmissão televisiva, que é o grande ponto de partida para um esporte se tornar grande. Existem categorias demais e competição de menos.
Nós da arrancada amadora nada temos a ver com esse problema, pois nosso evento sempre será de caráter regional. Entretanto, estamos unidos e preocupados com a viabilidade financeira do NOSSO pacote. Estamos preocupados com o que o público pensa e queremos melhorar o espetáculo que oferecemos, apesar de um evento amador ser sempre muito mais orientado para o piloto do que um evento profissional. Estamos trabalhando para melhorar, dentro da nossa realidade.
A conclusão é: Estamos fazendo nosso dever de casa e isso vem dando muitos resultados positivos. E vocês senhores "profissionais"? O que tem feito para adequar o esporte ao futuro que está cada dia mais próximo? Ao menos já pararam para pensar que as coisas vão mudar? Que estão mudando? Quando foi a última vez que fizeram uma autocrítica enquanto grupo?
A Associação Desafio não tem o objetivo de fazer com que a arrancada amadora seja mais importante que a profissional, mas infelizmente a arrancada profissional não parece estar fazendo nada para se tornar aquilo que pode vir a ser. De fato, enquanto profissionais estão muito aquém dos amadores em organização.
Todos os pilotos "profissionais", federados ou "de categorias", deveriam pensar nisso antes de criticarem o que os amadores hoje fazem. Pois ser amador não significa ser inferior e certamente não significa ser desorganizado. O simples fato de alguém estar cogitando que a arrancada amadora está se tornando mais importante que a profissional por si só já é um grande demérito para aqueles que imaginam fazer parte da elite do esporte. E não vai ser fazendo os amadores retrocederem que os "profissionais" vão se tornar mais importantes.
A questão hoje é: Se querem ser reconhecidos como uma classe acima, tratem de começar a agir como tal. E seria um bom começo parar de criar confusão com os amadores e começar a se preparar para o futuro.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Velopark Open
É um dia dedicado a todos que gostam de carros e velocidade, com várias atrações e especialmente, sendo um espaço onde qualquer motorista pode descobrir seu talento escondido para ser um piloto de arrancadas.